É, talvez, a única circunstância para a qual é necessária a construção. Porque, nas demais situações, basta que falte o bom antônimo. Exemplo: o escuro é a ausência do claro. Maldade é a falta de bondade. Mas a paz não é a ausência da guerra. A paz só é possível em consenso. Eu vivo em paz, porque não armo confusão com ninguém, não encho o saco alheio e, como disse, às três pessoas que detesto nessa vida eu desejo mais é... Paz! Por isso, não falo delas nunca, a não ser que tenha que me defender. Mas não vou mais nem me defender. Deixarei que digam, que pensem, que falem, que escrevam, que se fodam. A minha alma pode até estar armada e apontada para a cara do sossego, mas na minha paz, ninguém tasca.
O contrabaixo começa um dedilhado e o coração parece compassar igual. Entram guitarra, teclado, bateria de leve. E a voz: "pelo Senhor marchamos sim. O seu exército poderoso é. Sua glória será vista em toda a Terra"... A indiferença dos indiferentes, a essa altura, já se desfez: virou incômodo ou pura emoção. E segue: "vamos cantar o canto da vitória: GLÓRIA A DEUS!" - esse "Glória a Deus!" solto feito um grito de guerra. E a melodia descamba pra algo que enche o peito, e você se sente verdadeiramente parte de uma comunidade. Parece ligado à mesma frequência dos demais, os que dividem o salão contigo. "Vencemos a batalha! Toda arma contra nós perecerá!" (num arranjo vocal, o que faz a segunda voz solta um "pereceráááá", num estilo meio hard rock, parece chegar ao âmago do ser). "O nosso general é Cristo! Seguimos os seus passos! Nenhum inimigo nos resistirá!", entoa forte o refrão. E a essa altura, não há no salão quem não est...
Ei, Morillo, vai tomar no c*!
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